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quarta-feira, dezembro 20

VELHO JEITO DE GOVERNAR

Para lembrar da campanha

Trecho de entrevista da candidata Yeda Crusius ao programa Polêmica, da Rádio Gaúcha, na campanha eleitoral:

Yeda Crusius - O Pacto foi uma iniciativa da Assembléia Legislativa, acima dos partidos, para escancarar a crise fiscal. No Pacto está escrito que não tem aumento de alíquota. O que está acontecendo até agora é que o tarifaço, mesmo existindo, não está conseguindo pagar a folha.

André Machado - Esse é o seu compromisso?

Yeda - É o meu compromisso.

André - Em momento nenhum, daqui a três anos, a senhora governadora vai enviar um projeto à Assembléia alterando para cima qualquer alíquota de imposto?

Yeda - Qualquer alíquota para imposto. Veja bem...

André - Ou criar imposto novo.

Yeda - O meu governo será, desde o princípio, um governo transparente.

Frases idênticas foram ditas na TVCOM e nos debates.

Depois de Eleita...
Uma bomba a caminho

São tão drásticas as medidas esboçadas no pacote em gestação pela equipe da governadora eleita Yeda Crusius, que se torna impossível acreditar na aprovação pela Assembléia. No velho jeito de governar, parte do pacote seria o "bode na sala", para ser retirado nas negociações e tornar o restante mais palatável.
O pacote combina três medidas de alto impacto: a prorrogação do tarifaço que em 2004 elevou as alíquotas do ICMS de combustíveis, telecomunicações e energia elétrica, o aumento da alíquota básica de 17% para 18% e o corte de benefícios fiscais concedidos a setores específicos. A idéia é cortar em até 70% as chamadas desonerações fiscais, o que resultaria num acréscimo de receita de R$ 700 milhões por ano. Com a prorrogação do tarifaço e o aumento do ICMS da maioria dos produtos e serviços em um ponto percentual, o ganho de receita seria de R$ 1,3 bilhão por ano.
A lógica do pacote tem um pouco de Maquiavel: fazer toda a maldade de uma só vez, aproveitando o capital político da governadora recém-eleita. A transparência na apresentação dos números da crise seria o principal argumento para convencer a sociedade a fazer mais um sacrifício. O problema é que esse capital político foi conquistado com a promessa de uma gestão inovadora, sem aumento de carga tributária. O contrário é estelionato eleitoral.

fonte: Página 10 Rosane de Oliveira

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