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sábado, agosto 4

E A SEGURANÇA?

Estive folhando uns jornais do ano de 2001, entre eles o Dois Irmãos. Pude tirar algumas duvidas esse jornal realmente não tem nada de “imparcialidade” isso é uma palavra que não existe no vocabulário de seu Diretor. Naquela época existia Governo do Estado e um responsável pelos problemas do Estado, o PT. Tanto que em algumas chamadas de capa o Jornal enfatiza: Governo do PT. Como na reportagem de quinta-feira, 10 de Maio de 2001 onde a chamada foi a seguinte: “Prefeito diz que Dois Irmãos paga transporte para alunos porque Governo do PT não cumpre responsabilidade”. Outra do dia 20 de junho e 2001 “Governo do PT fechou a porta do Palácio para 16 prefeitos do Vale”. Mas o que eu gostaria de falar era sobre a segurança, e por isso, fui atrás dos jornais daquele ano. Para mostrar como era o tratamento quando o “Governo era do PT” e como é agora. O Diretor do Jornal, seu Alan Caldas dedicou várias crônicas (se é que da para chamar aquilo de crônicas) a falta de segurança entre elas a do dia 19/02/2001, 16/02/2001 e 21/02/2001 e seu jornal mostrava na capa quase que diariamente assuntos sobre a segurança. E teve uma que até vou reproduzir na integra aqui do dia 21/02/2001:
Portanto, Mexa-se!

"Prefeito, vereadores, associações de bairros, idosos, jovens, OAB, CRM, CREA, AJURIS, etc, têm sair do silêncio e protestar contra o crime, temos que gritar contra essa omissão. Sugiro que Prefeitos, vereadores e entidades civis, com apoio irrestrito de jornais, rádios e tevês, lotem em cada cidade da região, 3 ou 4 ônibus, e vamos a Porto Alegre, no Palácio do Piratini, parar a capital e expor, para a mídia local, nacional e internacional, o perverso descaso do governo com a segurança. E, pelo que a história do mundo do crime ensina, ou os honestos falam agora ou o leite talha, pois o próximo passo do crime será organizar máfias que venderão segurança e vão cobrar para eles mesmos não roubar, surrar e matar você...”.
Permita-me pegar o final de um outro artigo dele, esse de 16/02/2001 “...Se o Governador não conceder ou se conceder mas nada fizer, os prefeitos organizarão, em março, a maior concentração da história contra o PT, em Porto Alegre, na frente do Palácio Piratini."
Como são as coisas... Será que o Jornal Dois Irmãos é seletivo? Será que é uma espécie de braço Partidário? Se não, porque agora o Diretor e Jornal não se manifestam? Cadê o Prefeito? Não esqueçam que os prefeitos foram para frente do Palácio Piratini e queimaram o boneco do secretário de segurança da época. E agora? Silencio...

Os jornais desta semana noticiaram que só no primeiro semestre deste ano, 497 pessoas morreram assassinadas na região metropolitana. Não bastasse o número aterrorizante, ficamos sabendo que uma grande parte destes crimes teve característica de execução, ou seja, muitas das vítimas sequer puderam se defender. Isto revela que estamos diante de um altíssimo grau de violência! Elevados índices de assassinatos, geralmente, estão ligados à atuação do crime organizado (tráfico de drogas, roubos de cargas, contrabando etc...) e geram até a suspeita de que estejamos convivendo com matadores de aluguel. O medo toma conta do povo gaúcho, infelizmente. Vejamos o que disse a promotora Lúcia Helena Lima Callegari, da 1ª Vara do Júri da Capital: “...as gangues de drogas em Porto Alegre matam na mesma escala que as do Rio e de São Paulo...” Dias atrás, Zero Hora mancheteou que já havíamos ultrapassado Rio e São Paulo em furto de veículos. Ora, mas se a proporção de assassinatos é a mesma e estamos “na frente” em outros crimes, então somos o Estado mais violento do país? Não, não se trata de alarmismo, mas de realismo. Enquanto isso, nosso secretário de Segurança faz barreiras e quer implantar a Lei Seca e a governadora insiste em dizer que estamos melhorando nesta área. Seria risível se não fosse tão trágico. Ora, um aumento de quase 30% no número de assassinatos é um dado mais do que suficiente para que se afirme, sem medo (ou com todo o medo que isto nos causa), que estamos sim! diante de uma crise na segurança pública do Rio Grande do Sul.
Impossível não lembrar do governo Olívio quando alguns deputados e boa parte da mídia fizeram nascer uma CPI da Segurança na Assembléia Legislativa porque, segundo eles, havia uma crise no setor. Se aquilo era crise, o que é agora? Onde estão aqueles arautos do desespero? Por que se calam? Se eu não tivesse certeza absoluta de que aquela CPI foi um lance de extrema baixeza política, diria que o silêncio de agora é porque, desta vez, no lugar de um inimigo político, o que temos de enfrentar é a violência nua e crua. E esta, senhoras e senhores, não se combate com editoriais e vilanias.

OLHE PARA O LADO E VEJA QUEM ESTÁ AO SEU LADO!

Luis Fernando Verissimo
19/07/2007
Cumplicidade
Uma comprida palavra em alemão (há uma comprida palavra em alemão para tudo) descreve a "guerra de mentira" que começou com os primeiros avanços da Alemanha nazista sobre seus vizinhos. A pouca resistência aos ataques e o entendimento com Hitler buscado pela diplomacia européia mesmo quando os tanques já rolavam se explicam pelo temor comum ao comunismo. A ameaça maior vinha do Leste, dos bolcheviques, e da subversão interna. Só o fascismo em marcha poderia enfrentá-la. Assim muita gente boa escolheu Hitler como o mal menor. Ou, comparado a Stalin, o mau menor. Era notório o entusiasmo pelo nazismo em setores da aristocracia inglesa, por exemplo, e dizem até que o rei Edward VIII foi obrigado a renunciar não só pelo seu amor a uma plebéia mas pela sua simpatia à suástica. Não tardou para Hitler desiludir seus apologistas e a guerra falsa se transformar em guerra mesmo, todos contra o fascismo. Mas por algum tempo os nazistas tiveram seu coro de admiradores bem-intencionados na Europa e no resto do mundo - inclusive no Brasil do Estado Novo. Mais tarde estes veriam, em retrospecto, do que exatamente tinham sido cúmplices sem saber. Na hora, aderir ao coro parecia a coisa certa.Comunistas aqui e no resto do mundo tiveram experiência parecida: apegarem-se, sem fazer perguntas, ao seu ideal, que em muitos casos nascera da oposição ao fascismo, mesmo já sabendo que o ideal estava sendo desvirtuado pela experiência soviética, foi uma opção pela cumplicidade. Fosse por sentimentalismo, ingenuidade ou convicção, quem continuou fiel à ortodoxia comunista foi cúmplice dos crimes do stalinismo. A coisa certa teria sido pular fora do coro, inclusive para preservar o ideal.Se esses dois exemplos ensinam alguma coisa é isto: antes de participar de um coro, veja quem estará do seu lado. No Brasil do Lula é grande a tentação de entrar no coro que vaia o presidente. Ao seu lado no coro poderá estar alguém que pensa como você, que também acha que Lula ainda não fez o que precisa fazer e que há muita mutreta a ser explicada e muita coisa a ser vaiada. Mas olhe os outros. Veja onde você está metido, com quem está fazendo coro, de quem está sendo cúmplice. A companhia do que há de mais preconceituoso e reacionário no país inibe qualquer crítica ao Lula, mesmo as que ele merece.

Enfim: antes de entrar num coro, olhe em volta.

FARRA COM DINHEIRO PÚBLICO

Não sei responder a pergunta que a colunista Rosane Oliveira, de Zero Hora, faz hoje em sua coluna (O que a Procergs, uma empresa pública de processamento de dados, faria com 62,5 quilos de queijo do tipo Gran Formaggio?). O que sei é que a justificativa do tucano Ademir Piccoli, diretor comercial da Procergs (nomeado por Rigotto, mantido por Yeda e só demitido hoje), de que o queijo foi comprado para coquetéis de promoção dos serviços da companhia, na verdade, não justifica nada. Ao contrário, só mostra que o senhor Piccoli andava por aí comendo queijos sofisticados e pagando com dinheiro da Procergs. O Gran Formaggio é um queijo caro. Para que se tenha uma idéia, 250g custam, no mercado, algo em torno de R$ 20,00.
Fico pensando... Será este o jeito tucano de administrar? Porque na Corag, o senhor Vitor Hugo Guerra, que também era diretor, também mexia com dinheiro e também era tucano, pagou os serviços de uma famosa casa de prostituição com dinheiro daquela companhia. Soube que o Ministério Público está processando o senhor Guerra e hoje, recebi em meu gabinete, por fax, uma cópia da nota (está aí ao lado para quem quiser ver) da venda que a Randon (única empresa brasileira que produz o Gran Formaggio) fez para a Procergs e que tem carimbo e assinatura do senhor Piccoli.
blog do Bohn Gass

E A EDUCAÇÃO PAGA CONTA DA FARRA FISCAL

Não aceito o argumento usado pelo governo Yeda para determinar esta verdadeira esculhambação no ensino médio estadual - a tal da “enturmação” - é de que a medida permitirá um enxugamento do quadro docente, diminuindo o número de professores não-concursados na folha do Estado. É o governo Yeda fazendo, de novo, economia às custas dos serviços públicos essenciais. Enquanto isso...
...os impostos escoam pelo ralo

Se, por um lado, Yeda esgaça a educação pública, por outro segue concedendo benesses fiscais para grandes empresas como fez no último dia 11 de maio quando abriu mão de mais R$ 66 milhões de impostos via Fundopen. Todas as empresas se utilizaram também da modalidade Integrar, que somou R$ 33 milhões a fundo perdido. Ou seja, as empresas deixam de recolher o ICMS atual e após cinco anos de carência, terão outros oito anos para amortizar apenas parte do recurso, porque a outra parte é paga pelo Estado.


...os grandes ganham mas não geram emprego


Além dos novos benefícios, o governo Yeda reduziu o compromisso de geração de empregos de uma grande empresa incentivada com Fundopem. A empresa recebeu em 2005 um incentivo de R$ 17 milhões para gerar 1.898 postos de trabalho, e, agora, teve sua obrigação reduzida para apenas 298. São 1.600 empregos a menos. Mais incrível é que o governo Yeda não reduziu em nada os benefícios da empresa.
...e quem tem mais, não paga


O governo ainda anistiou devedores do ICMS do pagamento de multa e juros de 12 autos de lançamento específicos, beneficiando empresas de grande porte como a Alpargatas e a Companhia Brasileira de Cartuchos, esta última inclusive beneficiária do Fundopem durante o governo Britto.





blog do Bohn Gass

PÉROLA DO DIA NA IMPRENSA LOCAL

A Pérola do dia vem do nosso querido e incansável timoneiro dos homens de bem de Dois Irmãos: “Não é de hoje que se desrespeita direitos humanos em Cuba e o Governo brasileiro faz de conta que não vê.” Mister Alan Caldas, este ser de inteligência e astúcia, grande timoneiro na luta contra o esquerdismo atroz que tenta se apossar da Pátria. Apesar da grande humildade e do modo de vida simples e discreto, Alan Caldas o Diretor do Jornal Dois Irmãos não poderia se furtar a levantar sua voz, e Denunciar a conivência do Governo brasileiro com a total falta da democracia e da falta dos direitos humanos no país de Cuba. É isso ai... Oh grande líder, tens que denunciar sempre os descalabros perpetrados pela gentalha ignara que usurpou o poder central das mãos dos seus legítimos donos. Bravo Dr. Alan!

sexta-feira, agosto 3

PROTESTO PEDE FORA YEDA

Milhares de professores e bancários caminharam juntos em defesa do ensino público e contra a privatização disfarçada do Banrisul. Os trabalhadores deram um abraço simbólico ao prédio sede do banco e após foram até o palácio piratini protetar contra o governo de Yeda e de seus aliados.
A voz do povo

O POVO
TEM DITO
A YEDA É PIOR
QUE O BRITTO!!!

(referência às ações do Banrisul que estão sendo vendidas e que fazem parte da privatização mal disfarçada do banco do estado posta em curso pelo governo Yeda.
Fonte: Jornalista Jornalista Responsável: Kiko Machado

YEDA PORQUE VOCÊ
NÃO VAI EMBORA
E FAZ A TAL MARIZA
TE ACOMPANHAR
YEDA, PORQUE VOCÊ
NÃO VAI AGORA
E PÁRA DE O ESTADO SUCATEAR

(referência à determinação da governadora para a secretária estadual de Educação, Mariza Abreu, para que proceda a “enturmação” em todas as coordenadorias regionais do Estado e que vai criar turmas de até 50 alunos num nítido descaso com a qualidade de ensino da rede estadual)

SOLDADO
VOCÊ AÍ PARADO
TAMBÉM É EXPLORADO

(referência às centenas de policiais militares deslocados para a frente do Palácio Piratini no final da tarde desta sexta-feira para “enfrentar” a mobilização dos professores)

O que coloco em destaque aí acima são as letras dos cantos que o CPERS Sindicato está entoando neste momento (sexta, 3 de agosto, 17h44min) em frente ao Palácio Piratini. Sindicato de altíssima consciência política, o CPERS sabe o que faz, sabe o que canta e sabe contra o quê protesta.


quinta-feira, agosto 2

GROOVING DE DOIS IRMÃOS

Há mais de um mês a Corsan está trabalhando na extensão do sistema de abastecimento para a nova captação de água. No Bairro Vila Becker e na Av. Sapiranga a população sofre com os buracos abertos, além de se tornar um perigo para os motoristas que tentam desviar das valas na rua e entram na pista contrária. Já faz mais de um mês que os canos foram colocados. Por que o Asfalto não foi refeito? Estão esperando que aconteça um acidente grave para começar as obras de restauração? Ou nas avenidas do município também necessitam o “grooving” ?
Charge do "Kayser".

CHAUÍ EXCLUSIVO: A INVENÇÃO DA CRISE

divulgado no site do"Paulo Henrique Amorim", 30/07/2007 18:48h

A invenção da crise
Marilena Chauí


Era o fim da tarde. Estava num hotel-fazenda com meus netos e resolvemos ver jogos do PAN-2007. Liguei a televisão e “caí” num canal que exibia um incêndio de imensas proporções enquanto a voz de um locutor dizia: “o governo matou 200 pessoas!”. Fiquei estarrecida e minha primeira reação foi típica de sul-americana dos anos 1960: “Meu Deus! É como o La Moneda e Allende! Lula deve estar cercado no Palácio do Planalto, há um golpe de Estado e já houve 200 mortes! Que vamos fazer?”. Mas enquanto meu pensamento tomava essa direção, a imagem na tela mudou. Apareceu um locutor que bradava: “Mais um crime do apagão aéreo! O avião da TAM não tinha condições para pousar em Congonhas porque a pista não está pronta e porque não há espaço para manobra! Mais um crime do governo!”. Só então compreendi que se tratava de um acidente aéreo e que o locutor responsabilizava o governo pelo acontecimento.Fiquei ainda mais perplexa: como o locutor sabia qual a causa do acidente, se esta só é conhecida depois da abertura da caixa preta do avião? Enquanto me fazia esta pergunta e angustiada desejava saber o que havia ocorrido, pensando no desespero dos passageiros e de suas famílias, o locutor, por algum motivo, mudou a locução: surgiram expressões como “parece que”, “pode ser que”, “quando se souber o que aconteceu”. E eu me disse: mas se é assim, como ele pôde dizer, há alguns segundos, que o governo cometeu o crime de assassinar 200 pessoas? Mudei de canal. E a situação se repetia em todos os canais: primeiro, a afirmação peremptória de que se tratava de mais um episódio da crise do apagão aéreo; a seguir, que se tratava de mais uma calamidade produzida pelo governo Lula; em seguida, que não se sabia se a causa do acidente havia sido a pista molhada ou uma falha do avião. Pessoas eram entrevistadas para dizer (of course) o que sentiam. Autoridades de todo tipo eram trazidas à tela para explicar porque Lula era responsável pelo acidente. ETC.Mas de todo o aparato espetacular de exploração da tragédia e de absoluto silêncio sobre a empresa aérea, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes entre 1996 e 2007 (incluindo o que matou o próprio dono da empresa!), o que me deixou paralisada foi o instante inicial do “noticiário”, quando vi a primeira imagem e ouvi a primeira fala, isto é, a presença da guerra civil e do golpe de Estado. A desaparição da imagem do incêndio e a mudança das falas nos dias seguintes não alteraram minha primeira impressão: a grande mídia foi montando, primeiro, um cenário de guerra e, depois, de golpe de Estado. E, em certos casos, a atitude chega ao ridículo, estabelecendo relações entre o acidente da TAM, o governo Lula, Marx, Lênin e Stálin, mais o Muro de Berlim!!!

1) Que papel desempenhou a mídia brasileira – especialmente a televisão – na “crise aérea” ?Meu relato já lhe dá uma idéia do que penso. O que mais impressiona é a velocidade com que a mídia determinou as causas do acidente, apontou responsáveis e definiu soluções urgentes e drásticas!Mas acho que vale a pena lembrar o essencial: desde o governo FHC, há o projeto de privatizar a INFRAERO e o acidente da GOL, mais a atitude compreensível de auto-proteção assumida pelos controladores aéreos foi o estopim para iniciar uma campanha focalizando a incompetência governamental, de maneira a transformar numa verdade de fato e de direito a necessidade da privatização. É disso que se trata no plano dos interesses econômicos. No plano político, a invenção da crise aérea simplesmente é mais um episódio do fato da mídia e certos setores oposicionistas não admitirem a legitimidade da reeleição de Lula, vista como ofensa pessoal à competência técnica e política da auto-denominada elite brasileira. É bom a gente não esquecer de uma afirmação paradigmática da mídia e desses setores oposicionistas no dia seguinte às eleições: “o povo votou contra a opinião pública”. Eu acho essa afirmação o mais perfeito auto-retrato da mídia brasileira!Do ponto de vista da operação midiática propriamente dita, é interessante observar que a mídia:

a) não dá às greves dos funcionários do INSS a mesma relevância que recebem as ações dos controladores aéreos, embora os efeitos sobre as vidas humanas sejam muito mais graves no primeiro caso do que no segundo. Mas pobre trabalhador nasceu para sofrer e morrer, não é? Já a classe média e a elite... bem, é diferente, não? A dedicação quase religiosa da mídia com os atrasos de aviões chega a ser comovente...


b) noticiou o acidente da TAM dando explicações como se fossem favas contadas sobre as causas do acontecimento antes que qualquer informação segura pudesse ser transmitida à população. Primeiro, atribuiu o acidente à pista de Congonhas e à Infraero; depois aos excessos da malha aérea, responsabilizando a ANAC; em seguida, depois de haver deixado bem marcada a responsabilidade do governo, levantou suspeitas sobre o piloto (novato, desconhecia o AIRBUS, errou na velocidade de pouso, etc.); passou como gato sobre brasas acerca da responsabilidade da TAM; fez afirmações sobre a extensão da pista principal de Congonhas como insuficiente, deixando de lado, por exemplo, que a de Santos Dumont e Pampulha são menos extensas;


c) estabeleceu ligações entre o acidente da GOL e o da TAM e de ambos com a posição dos controladores aéreos, da ANAC e da IFRAERO, levando a população a identificar fatos diferentes e sem ligação entre si, criando o sentimento de pânico, insegurança, cólera e indignação contra o governo Lula. Esses sentimentos foram aumentados com a foto de Marco Aurélio Garcia e a repetição descontextualizada de frases de Guido Mântega, Marta Suplicy e Lula;


d) definiu uma cronologia para a crise aérea dando-lhe um começo no acidente da GOL, quando se sabe que há mais de 15 anos o setor aéreo vem tendo problemas variados; em suma, produziu uma cronologia que faz coincidir os problemas do setor e o governo Lula;


e) vem deixando em silêncio a péssima atuação da TAM, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes, desde 1996, três deles ocorridos em Congonhas e um deles em Paris – e não dá para dizer que as condições áreas da França são inadequadas! A supervisão dos aparelhos é feita em menos de 15 minutos; defeitos são considerados sem gravidade e a decolagem autorizada, resultando em retornos quase imediatos ao ponto de partida; os pilotos voam mais tempo do que o recomendado; a rotatividade da mão de obra é intensa; a carga excede o peso permitido (consta que o AIRBUS acidentado estava com excesso de combustível por haver enchido os tanques acima do recomendado porque o combustível é mais barato em Porto Alegre!); etc.


f) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que Congonhas, entre 1986 e 1994, só fazia ponte-aérea e, sem mais essa nem aquela, desde 1995 passou a fazer até operações internacionais. Por que será? Que aconteceu a partir de 1995?


g) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que, desde os anos 1980, a exploração imobiliária (ou o eterno poder das construtoras) verticalizou gigantesca e criminosamente Moema, Indianópolis, Campo Belo e Jabaquara. Quando Erundina foi prefeita, lembro-me da grande quantidade de edifícios projetados para esses bairros e cuja construção foi proibida ou embargada, mas que subiram aos céus sem problema a partir de 1993. Por que? Qual a responsabilidade da Prefeitura e da Câmara Municipal?

2) Como a sra. avalia a reação do Governo Lula à atuação da mídia nesse episódio ?Fraca e decepcionante, como no caso do mensalão. Demorou para se manifestar. Quando o fez, se colocou na defensiva.O que teria sido politicamente eficaz e adequado?Já na primeira hora, entrar em rede nacional de rádio e televisão e expor à população o ocorrido, as providências tomadas e a necessidade de aguardar informações seguras.Todos os dias, no chamado “horário nobre”, entrar em rede nacional de rádio e televisão, expondo as ações do dia não só no tocante ao acidente, mas também com relação às questões aéreas nacionais, além de apresentar novos fatos e novas informações, desmentindo informações incorretas e alertando a população sobre isso.Mobilizar os parlamentares e o PT para uma ação nacional de informação, esclarecimento e refutação imediata de notícias incorretas.

3) Em “Leituras da Crise”, a sra. discute a tentativa do impeachment do Presidente na chamada “crise do mensalão”. Há sra. vê sinais de uma nova tentativa de impeachment ?Sim. Como eu disse acima, a mídia e setores da oposição política ainda estão inconformados com a reeleição de Lula e farão durante o segundo mandato o que fizeram durante o primeiro, isto é, a tentativa contínua de um golpe de Estado. Tentaram desestabilizar o governo usando como arma as ações da Polícia Federal e do Ministério Público e, depois, com o caso Renan (aliás, o governador Requião foi o único que teve a presença de espírito e a coragem política para indagar porque não houve uma CPI contra o presidente FHC, cuja história privada, durante a presidência, se assemelhou muito à de Renan Calheiros). Como nenhuma das duas tentativas funcionou, esperou-se que a “crise aérea” fizesse o serviço. Como isso não vai acontecer, vamos ver qual vai ser a próxima tentativa, pois isso vai ser assim durante quatro anos.

4) No fim de “Simulacro e Poder” a sra. diz: “... essa ideologia opera com a figura do especialista. Os meios de comunicação não só se alimentam dessa figura, mas não cessam de instituí-la como sujeito da comunicação ...Ideologicamente ... o poder da comunicação de massa não é igual ou semelhante ao da antiga ideologia burguesa, que realizava uma inculcação de valores e idéias. Dizendo-nos o que devemos pensar, sentir, falar e fazer, (a comunicação de massa) afirma que nada sabemos e seu poder se realiza como intimidação social e cultural... O que torna possível essa intimidação e a eficácia da operação dos especialistas ... é ... a presença cotidiana ... em todas as esferas da nossa existência ... essa capacidade é a competência suprema, a forma máxima de poder: o de criar realidade. Esse poder é ainda maior (igualando-se ao divino) quando, graças a instrumentos técnico-cientificos, essa realidade é virtual ou a virtualidade é real...” Qual a relação entre esse trecho de “Simulacro e Poder” e o que se passa hoje ?Antes de me referir à questão do virtual, gostaria de enfatizar a figura do especialista competente, isto é, daquele é supostamente portador de um saber que os demais não possuem e que lhe dá o direito e o poder de mandar, comandar, impor suas idéias e valores e dirigir as consciências e ações dos demais. Como vivemos na chamada “sociedade do conhecimento”, isto é, uma sociedade na qual a ciência e a técnica se tornaram forças produtivas do capital e na qual a posse de conhecimentos ou de informações determina a quantidade e extensão de poder, o especialista tem um poder de intimidação social porque aparece como aquele que possui o conhecimento verdadeiro, enquanto os demais são ignorantes e incompetentes. Do ponto de vista da democracia, essa situação exige o trabalho incessante dos movimentos sociais e populares para afirmar sua competência social e política, reivindicar e defender direitos que assegurem sua validade como cidadãos e como seres humanos, que não podem ser invalidados pela ideologia da competência tecno-científica. E é essa suposta competência que aparece com toda força na produção do virtual.Em “Simulacro e poder” em me refiro ao virtual produzido pelos novos meios tecnológicos de informação e comunicação, que substituem o espaço e o tempo reais – isto é, da percepção, da vivência individual e coletiva, da geografia e da história – por um espaço e um tempo reduzidos a um única dimensão; o espaço virtual só possui a dimensão do “aqui” (não há o distante e o próximo, o invisível, a diferença) e o tempo virtual só possui a dimensão do “agora” (não há o antes e o depois, o passado e o futuro, o escoamento e o fluxo temporais). Ora, as experiências de espaço e tempo são determinantes de noções como identidade e alteridade, subjetividade e objetividade, causalidade, necessidade, liberdade, finalidade, acaso, contingência, desejo, virtude, vício, etc. Isso significa que as categorias de que dispomos para pensar o mundo deixam de ser operantes quando passamos para o plano do virtual e este substitui a realidade por algo outro, ou uma “realidade” outra, produzida exclusivamente por meios tecnológicos. Como se trata da produção de uma “realidade”, trata-se de um ato de criação, que outrora as religiões atribuíam ao divino e a filosofia atribuía à natureza. Os meios de informação e comunicação julgam ter tomado o lugar dos deuses e da natureza e por isso são onipotentes – ou melhor, acreditam-se onipotentes. Penso que a mídia absorve esse aspecto metafísico das novas tecnologias, o transforma em ideologia e se coloca a si mesma como poder criador de realidade: o mundo é o que está na tela da televisão, do computador ou do celular. A “crise aérea” a partir da encenação espetacularizada da tragédia do acidente do avião da TAM é um caso exemplar de criação de “realidade”. Mas essa onipotência da mídia tem sido contestada socialmente, politicamente e artisticamente: o que se passa hoje no Iraque, a revolta dos jovens franceses de origem africana e oriental, o fracasso do golpe contra Chavez, na Venezuela, a “crise do mensalão” e a “crise aérea”, no Brasil, um livro como “O apanhador de pipas” ou um filme como “Filhos da Esperança” são bons exemplos da contestação dessa onipotência midiática fundada na tecnologia do virtual.

FURO DE ENTREVISTA COLETIVA

A excelente reporter Eleonora Gosman, do jornal argentino "Clarín", ouviu ontem a mesma entrevista coletiva de que participou toda imprensa brasileira, com o mesmo brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes da Aeronáutica (Cenipa). Ou ela errou feio, ou entendeu melhor do que todos os outros e deu um verdadeiro furo de coletiva, mostrando que a TAM é a grande culpada do acidente. Título da reportagem de Eleonora, publicada hoje pelo "Clarín", que nenhum jornal brasileiro deu: Caixa preta: o piloto da TAM atuou bem, mas uma turbina falhou “El Airbus 320 de TAM, que el martes (terça-feira) pasado produjo la mayor tragedia de la historia de la aviación brasileña, derrapó, pasó la avenida que separa el Aeropuerto de Congonhas del barrio Campo Belo y chocó contra un edificio de la propia compañía, a 175 kilómetros por hora. El impacto fue tan tremendo que derribó ese edificio, hizo estallar la aeronave y produjo un gigantesco incendio. El jefe del Centro de Investigación y Prevención de Accidentes Aéreos, brigadier Jorge Kersul, admitió ayer (ontem) que el avión tocó la pista de la Terminal en el lugar correcto y que lo hizo a la velocidad normal. "Sólo que no consiguió frenar", subrayó en una conferencia de prensa para ofrecer los primeros datos que surgen de la caja negra del avión y de la pista de Congonhas. Según indicaron los especialistas, el Airbus iba con su capacidad de pasajeros colmada y una carga muy próxima al límite permitido (98%). A eso se le sumó la falla del sistema de reversión que una vez accionado contribuye sustancialmente a frenar las máquinas, ya que estaba desactivado en la turbina derecha por defectos. Nuevos datos parecían consolidar ayer la hipótesis de un defecto en el Airbus como causa principal, al tiempo que disminuía la importancia de la lluvia y la pista. La misma máquina había aterrizado, ese mismo día en Congonhas, otras dos veces: una fue pasada las 11 del fatídico martes 17, cuando llovía fuertemente. Otra a las 14.30 con pista mojada. En el momento de la llegada fatal, esa misma aeronave hacía su séptimo viaje, en condiciones poco adecuadas. El brigadier Kersul reveló que las marcas dejadas en la pista mostraron que la aeronave se deslizaba hacia la izquierda. Dijo que una de las razones pudo haber sido la falla en el sistema de reversión de una de las turbinas. Ayer, el aeropuerto internacional de Guarulhos comenzó a sufrir los problemas de falta de infraestructura para atender los vuelos que antes aterrizaban en la céntrica Terminal de Congonhas. Hubo pasajeros que después de tocar tierra debieron permanecer en las aeronaves por falta de escalerilla para descender. Otros tuvieron que aguardar largo tiempo para retirar el equipaje. Nerviosos, los viajeros emprendieron a los gritos contra el personal de a bordo y luego en el hall de desembarque. Ayer, la Agencia Nacional de Aviación Civil prohibió a las compañías vender más boletos de vuelos con salida desde el céntrico aeropuerto paulista. El ente regulador intenta así garantizar que primero vuelen los pasajeros que cuentan con billete emitido y que quedaron varados por cancelaciones. El presidente de la empresa que maneja los aeropuertos, Brigadier José Carlos Pereira, terminó por admitir que el sistema aéreo brasileño vive "una situación caótica". Sostuvo: "Cuando hay mil pasajeros que sufren todos los días por las cancelaciones de los vuelos y que al día siguiente intentan embarcar, la empresa que tiene que dar respuesta a otros mil pasajeros no tiene cómo transportar a la totalidad". El funcionario concluyó: "La situación no puede ser peor". En ese panorama casi desquiciado, algunas empresas comenzaron a pedir a los clientes que posterguen sus viajes por lo menos hasta el lunes. Según los directivos de Gol, dentro de una semana es posible que el tráfico aéreo retorne a su flujo normal. La compañía que "mantendrá sus servicios para atender a los clientes que precisen viajar inmediatamente y para llevar a sus destinos a aquellos que quedaron retenidos los últimos días". Y admitió en un comunicado que este momento "es uno de los más críticos de la aviación brasileña". ”

domingo, julho 29

O "MOVIMENTO CANSEI"

Uma campanha publicitária, oferecida de graça por Nizan Guanaes, gênio da propaganda nativa de inolvidável extração tucana, mais badalado entre nós do que George Clooney no resto do mundo, insistirá em peças destinadas a expor o pensamento dos graúdos envolvidos E quem é Nizan:Em 2006, Nizan foi acusado de lavagem de dinheiro. Aqui o jornal Correio Braziliense conta que, o publicitário baiano Nizan Guanaes coordenador de marketing das campanhas presidenciais de José Serra (PSDB),e do também tucano Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998 —, aparece na documentação como responsável pela transferência de R$ 23,2 milhões para duas das contas que também seriam utilizadas pela Daslu.Marqueteiro de Serra ganha cinco canais". Folha de S. Paulo, 26/6/02"O Ministério das Comunicações concedeu, em portarias publicadas ontem no ‘Diário Oficial da União’, cinco novos canais retransmissores da TV Sul Bahia, afiliada do SBT em Teixeira de Freitas (BA), comprada em outubro do ano passado por Nizan Guanaes, marqueteiro da campanha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Em maio(2002), Guanaes recebeu do governo federal(Fernando Henrique Cardoso), um canal retransmissor, a intenção do publicitário é, a partir da geradora de Teixeira de Freitas, formar uma rede nacional de televisão.Além disso, Nizan tem suspensa pela Justiça a concessão de um canal UHF em Santo André, ABC paulista. Obtida no início de maio, a concessão foi suspensa dias depois pelo juiz Guilherme Jorge de Resende Brito, da 21ª Vara da Justiça Federal em Brasília, que teria encontrado irregularidades no processo. Leia mais

MOVIMENTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA

Cansei. Cansei de falso moralista, da hipocrisia dos burgueses, falsos burgueses, pretensos burgueses e reles candidatos a burgueses deste país que só conhecem uma causa: a própria...e o resto que se dane...só sabem lutar por eles mesmos, exigindo direitos que negam aos outros.