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quinta-feira, maio 29

“O HOMEM DE INTELIGÊNCIA SUPERIOR”

O jornalista Lasier Martins disse na última segunda-feira à tarde (26), na rádio Gaúcha, que o depoimento de Lair Ferst na CPI do Detran “perdeu um pouco a curiosidade” em função do teor das entrevistas que o depoente concedeu ao jornal Zero Hora e à rádio Gaúcha. Na avaliação do jornalista, Ferst foi muito bem preparado por seus advogados de defesa e é um homem “muito preparado”, um homem de “inteligência superior”.

Charge Eugênio Neves

quarta-feira, maio 28

O CURIOSO CONCEITO DE CULTURA POPULAR DA PREFEITURA DE NOVO HAMBURGO

A prefeitura de Novo Hamburgo vem promovendo shows em bairros populares da cidade, com a apresentação de bandas e distribuição de brindes. Nestes shows, são promovidas obras da prefeitura e o prefeito Jair Foscarini (foto), do PMDB, é apresentado como atração especial. A Justiça Eleitoral já determinou a suspensão dos shows em virtude da óbvia exploração eleitoral dos mesmos. Mas o caso não pára aí. No show realizado no dia 18 de maio, no bairro Santo Afonso, os animadores do evento divertiram-se contando uma piada, cujo tema era a violência contra a mulher e a lei Maria da Penha. A transcrição da narração dos animadores mostra o altíssimo nível do evento cultural promovido pela prefeitura para a população de Novo Hamburgo:
Rogério Forcolen – A prefeitura fez um evento pra trazer pro bairro, pro povo, poder curtir a sua festa, porque todo bairro de Novo Hamburgo merece ser valorizado com os artistas.
Jaime Oliveira: Ô Nerci....
Rogério Forcolen: Fala meu galo
Jaime Oliveira: O cara vai lá, surra a muié, deixa com o olho, com um bandeide gigante, uma atadura por baixo. Tu tem uma história sobre isso né? Sobre esse assunto.
Rogério Forcolen: A mulher carioca, uma mulher paulista e uma gaúcha se reuniram para falar sobre a sua vida conjugal. Aí a carioca disse: Lá em casa eu me rebelei, não faço mais nada que aquele sem vergonha quer, eu não lavo mais a roupa dele, não lavo mais a louça, não faço mais nada.
Ah é?? O que aconteceu???
Ah, no primeiro dia não vi nada, eu mandei ele levar a louça e não vi nada, no segundo dia também não vi nada, mas no terceiro dia ele já começou a lavar tudo.
Aí a paulista falou: É eu também me rebelei lá em casa, também não esfrego mais o chão, não lavo mais nada, eu disse pra ele, se ele quiser lavar as janelas, se ele quiser lavar as janelas que lave.
Aí elas perguntaram. Aí o que aconteceu???
Aí a paulista, primeiro dia não vi nada, no segundo não vi nada, mas no terceiro ele começou a lavar tudo.
Aí a gaúcha falou: É eu também me rebelei lá em casa, disse que não lavava mais nada pra ele, não fazia o churrasco, não fazia mais nada.
E elas. E aí????
No primeiro dia não vi nada, no segundo dia não vi nada, no terceiro também não vi nada, no quarto não vi nada, lá pelo quinto quando começou a desinchar os óio, eu comecei a enxergar de novo.
Jaime Oliveira: Tomo-lhe umas bem forte....
Rogério Forcolen: E a Maria da Penha pegando... e a Maria da Penha pegando....

PROBLEMA DE EMPLACAMENTO

Piada que faz sucesso hoje nos corredores da Assembléia Legislativa gaúcha:
- Sabe por que o governo Yeda não emplaca?
- Porque o Detran não autoriza.
O pessoal perde o governo, mas não a piada.
Do Blog RS Urgente

terça-feira, maio 27

AS MENTIRAS DE LAIR FERST

O depoimento de Lair Ferst à CPI, ocorrido nesta segunda-feira (26), foi precedido por uma forte estratégia de marketing pessoal. Há seis meses sem falar com a imprensa, Ferst dedicou o domingo e parte da segunda para conversar com os veículos de comunicação da RBS. Nas entrevistas ao jornal Zero Hora, à Rádio Gaúcha e ao Jornal do Almoço, o lobista antecipou qual seria sua postura na CPI e negou tudo. Chegou a arrancar elogios do jornalista Lasier Martins: "é um homem muito bem preparado", comentou Martins.
Pivô e um dos maiores beneficiários da fraude que desviou mais de R$ 44 milhões da autarquia, Lair contestou todas as acusações que pesam sobre ele. Mas a segurança demonstrada no início da audiência não resistiu aos questionamentos dos deputados. No decorrer do depoimento, as contradições apareceram:

  • A indicação da Fatec

O ex-presidente do Detran, Carlos Ubiratan dos Santos, disse que a Fatec foi contratada porque foi a única que preencheu os requisitos. Agora, Lair Ferst admitiu que indicou a Fatec para Carlos Ubiratan, seu amigo há mais de 30 anos. Depois de sugerir que o Detran contratasse a fundação, Lair virou funcionário da Fatec. Ele também admitiu que indicou as empresas Newmark Tecnologia e Rio Del Sur, de propriedade da sua família, para trabalhar para a Fatec. Alguém está mentindo.

  • A relação com Chico Fraga

Diferente do que afirmou duas vezes à CPI o ex-secretário-executivo da Fatec, Silvestre Selhorst, Lair Ferst negou que o secretário-geral de Governo da prefeitura de Canoas, Chico Fraga, tenha intercedido a seu favor quando o contrato do Detran com a Fatec foi rompido e a Fundae assumiu. Nesta troca, as empresas dos Ferst foram excluídas. Selhorst sustenta que Chico Fraga tentou negociar uma compensação para Lair Ferst que giraria em torno de R$ 120 mil por mês, isto é, 6% do valor do contrato entre a Fundae e o Detran. De novo, alguém mente.

  • A militância no PSDB

Lair disse que era um militante de base do PSDB. Entretanto, foi coordenador da bancada tucana na Assembléia, indicou um prédio para abrigar o comitê de campanha de Yeda Crusius e assinou como testemunha do contrato de locação do imóvel. Lair Ferst também admitiu que uma sala alugada pela Newmark foi usada para reuniões da chapa encabeçada pela deputada Zila Breitenbach para o diretório do PSDB. Desta chapa, que foi vitoriosa, também participou a governadora.

  • O chope com Culau

Contrariando Ariosto Culau, que negou ter tratado do caso Detran enquanto tomavam um chope, Ferst disse que o ex-secretário falou "que estava livre da força-tarefa dos contratos". Ou seja, o assunto foi falado.

  • As empresas da família

Lair negou ser o verdadeiro dono das empresas Newmark Tecnologia e Rio del Sur e disse que tinha apenas uma "procuraçãozinha" destas empresas. O presidente da CPI, Fabiano Pereira, leu o teor do documento. "Representar, gerir e administrar todos os negócios, como comprar e vender mercadorias, comprar imóveis, pagar e receber contas, admitir e demitir funcionários, representar as empresas perante os bancos e contas correntes, representar as empresas diante todos os órgãos municipais, estaduais e federais, receber correspondências, assinar requerimentos e duplicatas."

  • Escancarado

"Não há dúvidas de que Lair Ferst foi um dos principais articuladores do esquema criminoso que agiu a partir do Detran. Só as empresas da sua família ganharam cerca de R$ 21 milhões. Isto é, dos 44 milhões desviados do Detran, metade foi destinada às empresas Ferst. E o Ministério Público de Contas concluiu que eles receberam estes milhões por um trabalho fantasma, que inexistiu", apontou Fabiano Pereira.

Conforme a deputada Stela Farias, o movimento financeiro das empresas Ferst também atesta que Newmark e a Rio del Sur foram criadas exclusivamente para escoar a propina. Os laranjas Rosana Ferst, Elci Ferst e Alfredo Telles, respectivamente irmãs e cunhado de Lair Ferst, movimentaram somente 10% do total que ingressou nas contas. O resto, segundo a Polícia Federal e o MP, foi usado para distribuir a propina para os integrantes da quadrilha. "Além disso, Lair Ferst teve despesas pessoais, como viagens, planos de saúde, supermercado, veículos e cartão de crédito, pagas pela Rio del Sur, que também fez doação em dinheiro", revela Stela Farias. Aliás, Chico Fraga e o prefeito de Canoas, Marcos Ronchetti, também fizeram turismo às custas da Rio del Sur.

CASA & COMPANHIA

Lair Ferst, Chico Fraga, Alfredo Telles (cunhado de Ferst) e Patrícia Bado dos Santos (mulher de Bira, ex-presidente do Detran) têm algo mais em comum, além do fato de terem sido denunciados pelo Ministério Público Federal como integrantes da quadrilha que assaltou o Detran. Todos moram em mansões. Também há outro ponto em comum: nenhum acertou na mega-sena. Só a Rio Del Sur, que tem Lair Ferst como verdadeiro dono, e é uma das empresas que mais lucrou com o contrato Detran/Fatec, possui três imóveis de luxo, dois deles avaliados em mais de R$ 1 milhão.
A governadora também faz parte do seleto grupo de assalariados que conseguem comprar residências com valor de mercado superior a R$ 1 milhão.
Difícil mesmo deve ser escolher a casa na hora das festas.

"EU, HOJE, TENHO MAIS FORÇA PARA DESTRUIR DO QUE CONSTRUIR"

No início de seu depoimento ontem (26/05) à CPI do Detran, Lair Ferst expôs duas contradições relativas ao depoimento do ex-presidente do Detran, Carlos Ubiratan dos Santos, e a seu envolvimento com o secretário-geral de governo de Canoas, Chico Fraga. Ferst disse que passou o telefone da Fatec para Ubiratan, seu amigo há 30 anos, e sugeriu a fundação para o contrato visando a realização dos exames teóricos e práticos. Além disso, admitiu ter participado de uma reunião com Ubiratan e representantes da Fatec para discutir o contrato. Já o ex-presidente do Detran disse que a Fatec foi escolhida por ter sido a única fundação a responder a carta-convite emitida pelo órgão.
Em seu depoimento à CPI, o diretor da Fundação Carlos Chagas, Rubens Murillo Marques, afirmou que a entidade não recebeu nenhuma carta-convite para apresentar uma proposta de trabalho, após o fim do contrato que mantinha com a autarquia, em 2003. “Se houvesse licitação, iríamos participar”, garantiu.
Quanto a Chico Fraga, Ferst disse que “ficou surpreso” ao ouvir que ele estaria intercedendo a seu favor. “Meu relacionamento com ele é político. Encontrei com ele algumas vezes mas não tinha qualquer negócio com ele”. Não foi o que disse o ex-diretor-presidente da Fatec, Luiz Carlos de Pelegrini que confirmou, na CPI, que Fraga intercedeu por supostos “direitos” de Lair Ferst junto ao governo.
Na primeira parte de seu depoimento, Ferst negou que tenha trabalhado como coordenador ou captador de recursos na campanha de Yeda Crusius. Mas lançou uma frase enigmática: “eu hoje tenho mais força para destruir do que para construir”. E partiu para a ofensiva, acusando o presidente da Fundação Carlos Chagas de ter mentido na CPI. "A Fatec se baseou no modelo da Fundação Carlos Chagas, que terceirizou inclusive o objeto principal do contrato".
Foto: Guerreiro/Agência Assembléia
Fonte: Blog RS Urgente