Do Blog: "RS URGENTE"
A cada dia que passa, a realidade tem se encarregado de mostrar o tamanho da farsa que foi a CPI da Segurança Pública que, durante vários meses, sangrou politicamente o governo Olívio Dutra. Essa CPI ganhou repercussão nacional, não por debater os problemas da segurança do Estado – seu objetivo oficial -, mas sim por tentar atingir algumas das principais autoridades do Do Blog: governo estadual em uma trama que envolvia jogo do bicho, máfia italiana e jogatina internacional. Os deputados que conduziram a CPI deixaram de lado os “fatos determinados” que justificaram a criação da mesma e desencadearam uma avalanche de denúncias contra o governador, o secretário de Segurança, o vice-governador, o chefe da Casa Civil, entre outros. Todos os pedidos de indiciamento acabaram arquivados por falta de provas. Mas o objetivo real da CPI tinha sido atingido.
Os meses de holofote na mídia acabaram fornecendo à oposição um poderoso canhão eleitoral que foi usado à exaustão na campanha para a eleição do governador Germano Rigotto. A campanha de Rigotto usou e abusou do tema do “caos na segurança”. A propaganda do então candidato mostrava casas e edifícios cercados por grades e desfilava capas do jornal Zero Hora, que não se cansava de usar termos como “terror”, “medo”, “pânico” para descrever o sentimento de insegurança da população. Vale a pena lembrar alguns dos “fatos determinados” que embasaram o pedido de criação da CPI:
“a situação de insegurança pessoal e patrimonial da maioria dos habitantes do RS, decorrente fundamentalmente da (1) ausência de uma política pública de segurança; da (2) desestruturação do aparelho policial; da (3) quebra de hierarquia na polícia civil e militar; das (4) rebeliões na Febem e nos presídios, onde os criminosos se organizam acima da lei; (5) das tentativas de fugas no sistema carcerário; do (6) aumento do número de assaltos a bancos, farmácias, lotéricas, ônibus e taxistas, furtos, roubos e homicídios e das continuadas e repetidas (7) invasões a propriedades, rurais e urbanas, com o apoio velado de agentes públicos e omissão na repressão dessas invasões e de invasões de próprios públicos”.
As referências feitas pelo então secretário José Paulo Bisol, à “banda podre” da polícia receberam muitas críticas dentro e fora do aparato de segurança. A esmagadora maioria da mídia e a oposição acusaram o secretário de atingir a dignidade das corporações. E agora, quando Yeda Crusius e o novo secretário da segurança dizem que o combate à corrupção será o primeiro foco da política da segurança, onde estão os autores desses ataques?
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