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sábado, agosto 4

E A SEGURANÇA?

Estive folhando uns jornais do ano de 2001, entre eles o Dois Irmãos. Pude tirar algumas duvidas esse jornal realmente não tem nada de “imparcialidade” isso é uma palavra que não existe no vocabulário de seu Diretor. Naquela época existia Governo do Estado e um responsável pelos problemas do Estado, o PT. Tanto que em algumas chamadas de capa o Jornal enfatiza: Governo do PT. Como na reportagem de quinta-feira, 10 de Maio de 2001 onde a chamada foi a seguinte: “Prefeito diz que Dois Irmãos paga transporte para alunos porque Governo do PT não cumpre responsabilidade”. Outra do dia 20 de junho e 2001 “Governo do PT fechou a porta do Palácio para 16 prefeitos do Vale”. Mas o que eu gostaria de falar era sobre a segurança, e por isso, fui atrás dos jornais daquele ano. Para mostrar como era o tratamento quando o “Governo era do PT” e como é agora. O Diretor do Jornal, seu Alan Caldas dedicou várias crônicas (se é que da para chamar aquilo de crônicas) a falta de segurança entre elas a do dia 19/02/2001, 16/02/2001 e 21/02/2001 e seu jornal mostrava na capa quase que diariamente assuntos sobre a segurança. E teve uma que até vou reproduzir na integra aqui do dia 21/02/2001:
Portanto, Mexa-se!

"Prefeito, vereadores, associações de bairros, idosos, jovens, OAB, CRM, CREA, AJURIS, etc, têm sair do silêncio e protestar contra o crime, temos que gritar contra essa omissão. Sugiro que Prefeitos, vereadores e entidades civis, com apoio irrestrito de jornais, rádios e tevês, lotem em cada cidade da região, 3 ou 4 ônibus, e vamos a Porto Alegre, no Palácio do Piratini, parar a capital e expor, para a mídia local, nacional e internacional, o perverso descaso do governo com a segurança. E, pelo que a história do mundo do crime ensina, ou os honestos falam agora ou o leite talha, pois o próximo passo do crime será organizar máfias que venderão segurança e vão cobrar para eles mesmos não roubar, surrar e matar você...”.
Permita-me pegar o final de um outro artigo dele, esse de 16/02/2001 “...Se o Governador não conceder ou se conceder mas nada fizer, os prefeitos organizarão, em março, a maior concentração da história contra o PT, em Porto Alegre, na frente do Palácio Piratini."
Como são as coisas... Será que o Jornal Dois Irmãos é seletivo? Será que é uma espécie de braço Partidário? Se não, porque agora o Diretor e Jornal não se manifestam? Cadê o Prefeito? Não esqueçam que os prefeitos foram para frente do Palácio Piratini e queimaram o boneco do secretário de segurança da época. E agora? Silencio...

Os jornais desta semana noticiaram que só no primeiro semestre deste ano, 497 pessoas morreram assassinadas na região metropolitana. Não bastasse o número aterrorizante, ficamos sabendo que uma grande parte destes crimes teve característica de execução, ou seja, muitas das vítimas sequer puderam se defender. Isto revela que estamos diante de um altíssimo grau de violência! Elevados índices de assassinatos, geralmente, estão ligados à atuação do crime organizado (tráfico de drogas, roubos de cargas, contrabando etc...) e geram até a suspeita de que estejamos convivendo com matadores de aluguel. O medo toma conta do povo gaúcho, infelizmente. Vejamos o que disse a promotora Lúcia Helena Lima Callegari, da 1ª Vara do Júri da Capital: “...as gangues de drogas em Porto Alegre matam na mesma escala que as do Rio e de São Paulo...” Dias atrás, Zero Hora mancheteou que já havíamos ultrapassado Rio e São Paulo em furto de veículos. Ora, mas se a proporção de assassinatos é a mesma e estamos “na frente” em outros crimes, então somos o Estado mais violento do país? Não, não se trata de alarmismo, mas de realismo. Enquanto isso, nosso secretário de Segurança faz barreiras e quer implantar a Lei Seca e a governadora insiste em dizer que estamos melhorando nesta área. Seria risível se não fosse tão trágico. Ora, um aumento de quase 30% no número de assassinatos é um dado mais do que suficiente para que se afirme, sem medo (ou com todo o medo que isto nos causa), que estamos sim! diante de uma crise na segurança pública do Rio Grande do Sul.
Impossível não lembrar do governo Olívio quando alguns deputados e boa parte da mídia fizeram nascer uma CPI da Segurança na Assembléia Legislativa porque, segundo eles, havia uma crise no setor. Se aquilo era crise, o que é agora? Onde estão aqueles arautos do desespero? Por que se calam? Se eu não tivesse certeza absoluta de que aquela CPI foi um lance de extrema baixeza política, diria que o silêncio de agora é porque, desta vez, no lugar de um inimigo político, o que temos de enfrentar é a violência nua e crua. E esta, senhoras e senhores, não se combate com editoriais e vilanias.

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